As
implicações do ato de brincar no desenvolvimento infantil
FANTACHOLI, Fabiane
das Neves
Brincar, segundo o dicionário Aurélio
(2003), é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se,
folgar", também pode ser "entreter-se com jogos infantis", ou
seja, brincar é algo muito presente nas
nossas vidas, ou pelo menos deveria ser. Segundo Oliveira (2000) o brincar não
significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se como uma das formas
mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo,
ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem
durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver
capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação,
ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como
afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
Vygotsky (1998), um dos representantes mais
importantes da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que o sujeito
se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades
caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e
semióticas. Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição
privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo
com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de
instintos infantis. Ainda, o autor refere-se à brincadeira como uma maneira de
expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos
adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos
conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar. A criança por intermédio
da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas
diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos,
conhecimentos, significados e atitudes.
De acordo com o Referencial Curricular
Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 27, v.01):
O
principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem
enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem
frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas
ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se
de objetos substitutos.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando
brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que
ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo
como são e como funcionam as coisas.” Assim,
destacamos que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo
que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide
com as diversas situações.
Portanto, a brincadeira é de fundamental
importância para o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode
transformar e produzir novos significados. Nas situações em que a criança é
estimulada, é possível observar que rompe com a relação de subordinação ao
objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo,
no curso de seu próprio desenvolvimento.
Disponível em: FANTACHOLI, Fabiane das Neves.
A importância
do brincar na Educação Infantil <http://monografias.brasilescola.com/educacao/a-importancia-brincar-na-educacao-infantil.htm>.
Acesso em: 20/12/2012.

Nenhum comentário:
Postar um comentário