2016-01-29

A arte de educar para a vida

A arte de educar para a vida
A busca pela formação do futuro, além das tradicionais salas de aula
Por Carlos Alberto Pereira de Campos
 
    Educar é uma arte! E, como toda a arte que se preze, necessita de um ingrediente básico e fundamental para que tenha sucesso: sensibilidade.
    Hoje vivemos num mundo árido onde as relações interpessoais tornaram-se raridade, graças a um processo de globalização, onde as informações transitam com agilidade surpreendente, não permitindo as adequações a essa nova realidade.
    Numa sociedade que responde à chamada Modernidade Líquida (Zygmunt Bauman), onde os estereótipos de família nucleada acabaram dando espaço a novas formas de convivência, é imprescindível que tanto o professor quanto os responsáveis tenham sensibilidade para a construção unificada de um conhecimento realmente emancipador, através da formação de pessoas críticas e conscientes do seu papel no mundo em que vivem. Não devemos esperar que legislações falhas, instituídas em sua grande parte por burocratas que pouco ou nada vivenciaram numa sala de aula, norteiem nossas ações quando o foco é unicamente a visão holística do ser humano em essência e a construção real de pessoas voltadas para o bem comum.
   Também não podemos esperar que uma sociedade capitalista, com olhares meramente consumistas, olhe com carinho para o despertar de novas consciências. Isso seria de uma contradição ímpar, pois consciências críticas apenas cobrariam a participação que lhes é devida por direito e abalariam os alicerces consolidados durante séculos e fundamentados numa filosofia liberal-positivista, que sempre privilegiou poucos em detrimento da grande maioria.
    Mesmo nesse cenário tétrico, de poucas perspectivas e alta competitividade, vemos na educação o único caminho para um novo tempo. Um tempo de descobertas, de quebra de paradigmas, de rompimentos e, como consequência, o surgimento de um horizonte de liberdade e cidadania plenas.
     A sala de aula sempre representou um santuário para os grandes educadores. E entenda-se a sala de aula como qualquer espaço onde a arte de educar se faça presente com amor, empenho, dedicação, respeito e, principalmente, sensibilidade. Deixemos de lado o entendimento arcaico da sala de aula de quatro paredes, quadro negro, giz, carteiras enfileiradas e crianças entediadas repetindo em uníssono a verborragia proferida pelos chamados mestres. (...)
     Por isso, como educadores, faz-se necessária a reavaliação constante de nossa postura e a adoção de uma visão emancipadora. Afinal, a educação deve ser como a verdade: Libertadora.

Disponível em: http://linguaportuguesa.uol.com.br/linguaportuguesa/gramatica-ortografia/35/artigo255427-1.asp